Embora a pandemia do Covid-19 tenha causado uma queda no consumo de energia em todo o mundo, o segmento de Energias Renováveis conseguiu manter o crescimento em 2020, ainda que menor do que o previsto. Isso é o que aponta o Statkraft Baixas Emissões - Cenário 2020, relatório internacional desenvolvido anualmente pela companhia. Em sua quinta edição, o relatório destaca as tendências no mercado global de Energia para uma transição energética até 2050, e faz análises tendo como base modelos internos e estudos aprofundados de fontes externas.
Segundo previsões do estudo, a partir de 2035, em todo o mundo, a energia solar será a maior tecnologia utilizada para a geração, ultrapassando a eólica, hidrelétrica, carvão e gás. Isso se deve principalmente à redução de custos de produção neste segmento, mas também à flexibilidade das usinas solares fotovoltaicas em termos de localização, além de serem relativamente rápidas e fáceis de construir em comparação com outras tecnologias.
Com a energia solar fotovoltaica como a maior fonte de energia em apenas 15 anos, o estudo prevê que a capacidade no setor de energia mundial aumentará três vezes até 2050. Todo este aumento, e mais, será atingido por meio de energias renováveis, que crescerão de forma acelerada até 2050. O relatório prevê um crescimento na geração de energia solar na ordem de 12% ao ano, em média, enquanto a geração de energia eólica aumentará em mais de 8% ao ano. Em um cenário em que tecnologias de baixas emissões sejam privilegiadas, em 2050, as energias renováveis constituirão mais de 80% do total de geração de energia global, e 66% disso será gerado de fontes variáveis como a energia solar e a eólica.
A mudança climática continua como um fator motivador da transição energética, mas o declínio contínuo dos custos e o aumento da capacidade das energias renováveis tornam a escolha econômica e inteligente. O estudo ainda prevê que o sistema de energia do futuro será intimamente integrado e levará a uma interação complexa: eletricidade e hidrogênio livre de emissões estarão no centro. Nas tendências mundiais, os estudos da Statkraft Global apontam que a energia eólica e solar serão os grandes ganhadores entre as fontes de energia em 2050.
Redução das emissões
O curso delineado pelo Cenário de Baixas Emissões indica que as emissões de CO² relacionadas à energia seguem um aquecimento global até o teto de 2ºC, com a manutenção das promessas feitas no Acordo de Paris. Mas não é suficiente para a meta de manter o aumento em 1,5ºC, e é uma jornada que terá obstáculos nos próximos 30 anos. Requer ambições climáticas previsíveis e compartilhadas e uma estrutura clara para alcançá-las.